-
Arquitetos: ARPO
- Área: 210 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:Pedro Amorim Rodrigues (PAR)
-
Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Azulima, BPT, Balay, Beken, BellaVista Cemento, Bona, Candy, Celcat, Cinca, Efapel, Finsa, GE Lighting, Gree, Indesit, LED ESCX, Meireles, Pavigrés Nevoa, Quitérios, +9
Descrição enviada pela equipe de projeto. A cidade de Braga, também conhecida como “A cidade autêntica”, possui o seu desenho e linhas urbanas marcadas por histórias milenares e como tal, é o resultado das relações estabelecidas entre o passar do tempo e a ocupação do espaço pelos diferentes povos que aqui habitaram.
A arquitectura desta cidade não se apresenta como uma imposição, mas como uma transformação, que se adapta de forma dinâmica conforme as necessidades. Os Braga Urban Studios, um projeto ARPO, surgem da oportunidade de intervenção na cidade proporcionada pela atractividade do turismo, tendo sido devolvido ao espaço urbano um pedaço da sua identidade com uma nova vitalidade, a pedido dos clientes israelitas, Michael & Matisyahu. Trata-se de um edifício de cinco pisos (um piso abaixo de soleira e quatro pisos acima), implantado numa área de 43,90 metros quadrados e com uma área bruta de construção de 210,25 metros quadrados.
O desafio para o projeto arquitectónico foi alcançar na sua plenitude o respeito pela gênese do edifício e pela sua identidade, instalando quatro novas unidades de habitação que combinam a expressividade do antigo com um projeto contemporâneo. A identidade do edifício, que representa as vivências passadas, foi o ponto de referência na conceptualização do resultado final e das premissas do projeto, disponibilizando-se novos espaços que mantêm o perfil familiar e residencial do edifício.
Na base da estruturação e organização interior, das frações de habitação, demonstra-se a premissa de criação de uma planta livre com a intenção de potencializar a permeabilidade visual, excluindo, sempre que possível, planos opacos. Delimitando apenas os compartimentos necessários, nomeadamente a instalação sanitária.
A mesma luz natural que adentra o espaço social da sala de estar, segue também para as restantes divisões num circuito iluminado livre. Pretendeu-se acolher múltiplos estilos de vida, traços de personalidade e facilitar a mobilidade, deixando que cada utilizador molde e estruture o espaço com os seus hábitos e costumes diários. Nesta mesma lógica, os espaços amplos, tal como foram concebidos, possibilitam a colocação posterior de painéis, organizando-se as divisões conforme as necessidades de cada morador.
A fachada manteve-se fiel à sua linguagem original, tendo sido repostas as caixilharias em estado de degradação por semelhantes, pintadas à cor branca em todos os pisos, à exceção do Rés-do-chão, onde se encontram pintadas à cor verde-garrafa, característica constante na envolvente.
Todos os azulejos em falta foram repostos e foi executada a limpeza dos elementos em pedra existente, tanto no interior como no exterior. A estrutura original de pisos em madeira foi reabilitada, sempre que possível, e executada idêntica à original, quando necessário.
Os tectos altos, característicos das construções deste período foram mantidos, e o mobiliário fixo em madeira é proposto no sentido de valorização da dimensão espacial. A esquadria de ripas de madeira é enquadrada para enfatizar as antigas paredes de tabique, características da construção antiga, e pela intenção de subtração de elementos opacos. Não obstante o seu uso actual, para arrendamento turístico, é deixado um edifício habitacional em estado novo, que permanecerá para usufruto das próximas gerações.